alavancagem dupla
O que é alavancagem dupla?
A alavancagem dupla ocorre quando uma holding bancária realiza uma oferta de dívida para adquirir uma grande participação acionária em um banco subsidiário. Idealmente, os dividendos obtidos com as ações da subsidiária financiam os pagamentos de juros da holding. Embora a estratégia seja atraente para algumas holdings bancárias, os reguladores alertam que a prática pode ampliar o risco financeiro e prejudicar a estabilidade.
Alavancagem Dupla Explicada
Uma holding bancária é uma corporação que detém o controle acionário de um ou mais bancos, mas não oferece serviços bancários. As holdings não administram as operações do dia-a-dia dos bancos que possuem. No entanto, eles exercem controle sobre a gestão e as políticas da empresa. Eles podem contratar e demitir gerentes, definir e avaliar estratégias e monitorar o desempenho dos negócios das subsidiárias.
Com alavancagem dupla, a holding injeta capital em um banco subsidiário, que é capaz de aumentar ainda mais seus próprios empréstimos e, assim, aumentar a dívida da controladora original. Observe que o capital individual da controladora não muda, por meio da dupla alavancagem, a controladora, no entanto, fica mais exposta à subsidiária.
Como os bancos têm requisitos rígidos de capital sobre a quantidade de dívida que podem deter, em comparação com outros tipos de empresas, a alavancagem dupla pode ser uma solução indireta para dar ao banco acesso ao capital baseado em dívida. Alguns acadêmicos sugerem que o fato de os bancos estarem dispostos a usar dupla alavancagem pode sugerir que os reguladores deveriam permitir que os bancos usem mais financiamento baseado em dívida.
Exemplo recente de alavancagem dupla
Em abril de 2018, a Reuters informou que certas Empresas de Desenvolvimento de Negócios (BDCs) haviam recebido aprovação do conselho para aumentar o valor da dívida que podiam tomar emprestado. Isso ocorreu após a aprovação da legislação dos EUA em março de 2018, que lhes permitiu dobrar a alavancagem de seus fundos.
Um BDC é uma organização que investe e ajuda pequenas e médias empresas a crescer nos estágios iniciais de desenvolvimento, semelhante em alguns aspectos a empresas de private equity ou venture capital. Muitos BDCs são distintos, pois são configurados como fundos de investimento fechados. Os BDCs são tipicamente empresas públicas, em contraste com muitas empresas de private equity. As ações da BDC são negociadas nas principais bolsas de valores, como a American Stock Exchange (AMEX), Nasdaq e outras.
Os BDCs específicos que receberam aprovação para aumentar os níveis de dívida incluem Apollo Investment Corp (AINV), FS Investment Corp (FSIC), PennantPark Floating Rate Capital Ltd (PFLT) e Gladstone Capital Corp (GLAD).
Preocupações com alavancagem dupla
Várias autoridades financeiras levantaram preocupações sobre a questão da dupla alavancagem por dois motivos: primeiro, esse financiamento intra-empresa pode permitir a arbitragem de capital; e segundo, assume mais riscos. Um estudo de 2018 de Silvia Bressan mostra que as holdings bancárias são mais propensas ao risco quando aumentam sua alavancagem dupla. Isso ocorre especificamente quando a participação da controladora nas subsidiárias é maior do que o capital da controladora em si.
Bressan sugere que os formuladores de políticas deveriam ser mais eficientes na regulação de entidades financeiras complexas para promover a estabilidade. Quando qualquer entidade assume um volume de dívida tão grande, a capacidade de pagar torna-se cada vez mais desafiadora, mesmo que o mutuário tenha um histórico de fluxo de caixa forte e diversos fluxos de receita.
##Destaques
As autoridades financeiras levantaram frequentemente preocupações sobre a questão da dupla alavancagem devido a este tipo de financiamento intra-empresa.
As avaliações da adequação de capital de um banco são confundidas pela ocorrência de alavancagem dupla, uma vez que obscurece a exposição real ao risco.
As holdings bancárias usam dupla alavancagem quando a dívida é emitida pela controladora e os recursos são investidos nas subsidiárias como patrimônio.